A
questão impõe-se, tão válida. Volta e meia esqueço-me, volto à expressão. Por
seu turno, depois de me atiçarem a justificação, depressa me lembro que não faz
sentido. Ainda assim, deixo-me tentar. Entre amigos e, ironicamente, aqui no
blogue, a discussão teve semente e deu frutos. Gente bonita. Pessoas com pinta.
Tipos arranjados e miúdas aperaltadas. Não é ficção, é o espelho da observação.
Não é coisa certa e universal. É o entendimento da definição. No Algarve de
verdade, com encantos travessos e paixões que tiram o folgo, assisto à
desconstrução. O mar não mente, é água com tom imaginado de céu, ondula
conforme indicação, a areia brilha por força da cor fina e da luz que reflecte.
Os escassos chapéus-de-sol são coloridos, as pessoas estendidas. Outros, entre
cá e lá. Poucas pessoas, alguns turistas curiosos. Também amantes e
conhecedores da quão bravia e montês pode ser esta região. Mergulhos em água
fria, ganha a excelsa vista. Lá ao fundo, quase a perdê-los de vista, um velho
casal. Desprotegidos do sol, lêem livros pesados, tão grossos que consigo
entrever. Aqui, bem mais perto, três jovens mulheres ganham o desejado tom
dourado na pele. Mexem o corpo com a convicção de quem tem vinte e tal anos e
não passa despercebida. No meio das ondas avessas, uns quantos tipos a
divertirem-se, enquanto fazem por manter-se em equilíbrio na prancha, que o surf é ordem e lição por aqui. Fico
entretido nisto. Até voltar a calçar as minhas alpercatas e seguir caminho. Não
sem antes tirar-te uma fotografia. Algarve encantado este. E com gente bonita.
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