6.10.14

Conversa com sono.

Escrevo sem conhecimento efectivo, embora, conheça um ou outro que vive de fazer rir. Sem a causa que me permite debitar palavras mil sobre a capacidade de supor conhecimento. É um caminho bravio, porventura, um misto de velocidade incoerente. Ouvi, depois de um espectáculo, há uns tempos, um homem falar dos operários do riso. Não me lembro das palavras ditas, senão da ideia que delas me ficou. Uso, portanto, daqui em diante, as minhas palavras para encarrilar a deturpada definição. A comédia tem contornos de quem faz beicinho. É um pedaço de mau caminho. Perde-se nela e com ela, com tamanha facilidade, a cabeça. É como uma dor que obriga a fazer o tal beicinho. Dizia o mesmo homem, que comediante não é actor, tampouco, um actor seguro. Não rouba outra luz, apenas o riso à vela. E, permiti-me pensar, o tempo repete-se. E discordar, o fatalismo e cegueira de flexibilidade não gostam de plurais valências. Como um qualquer adágio que dura e perdura num infinito que nunca chega ao fim.

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