17.11.14

Mesmo quando vens lá de longe.

Se vislumbrar os recados, vem de longe a minha necessidade de me centrar em objectos. Em pontos de partida, uma roda que vem da pausa desse escopo. Gira dele em diante. É amor pelo descanso da matéria. Prefiro, se me é permitido, chamar-lhe encantamento, por ser o amor um terreno de génio estouvado. Base melindrada mas capacitada para qualquer máquina, assim é o cimento e o alcatrão que inventam um palco. Rua decorada e boémia. Não se queixam as gentes, por não lhes resistirem. Às banquetas, cadeiras e sofá encostados a uma parede lavada de arte do desvio. Um friso sem igual. O amarelo fica-lhe bem, ao sofá. Senta-se a miúda que descarrila nas amizades de circunstância. Senta-se como se fosse o seu destino. Tem os joelhos melindrados. Descruza as pernas e leva os pés calçados ao assento. Sorrindo, pergunta se temos um cigarro. Soa a resposta em uníssono. Despreocupada, foge-lhe a mão para a mala e tira um cigarro. Arriscando, as pessoas procuram os lugares.

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