3.12.14

De distância em distância.

Casos há em que resumir uma resposta sem que me faça parecer um velho que guarda as palavras na proporção da idade e das experiências, pode tornar-se num desafio tremendo. Porque a eloquência tem muito mais genica, raça e piada. É um entusiasmo que não se esgota, senão quando perde para a tensão de não querer brincar mais, ainda que por breves e prudentes instantes. Assim como quando éramos putos e a sinceridade se sobrepunha à vontade de fazer mais actividades. Escolher. Seleccionei-as, embora, poucas. Sempre certo e conhecedor do que queria. Escolhi um desporto diferente. Fui a provas e campeonatos. Não me corria mal, era bom naquilo. E melhor, era feliz a fazer aquilo. Mas é difícil, às vezes. Como quando escrevo e declino toda e cada letra que desenhei para trás. Tão verdade como ter perdido a conta ao número de palavras que desperdicei. Talvez, e muito certamente, por nunca me aguentar na corrida. Fico enfadado da subida e descida das minhas palavras. Também, e muito mais, das histórias que carrego. Contradigo com o que faço. E do desporto da infância e adolescência nunca mais o pratiquei. Lembro-me agora que foi porque, a dada altura, me saturei. Como em tudo, relatos há que fazem parte de um espaço.

2 comentários:

  1. Os eventos da nossa vida são cíclicos e são poucas as coisas das quais eventualmente não nos saturamos. A idade não tem toda a culpa...espero que das palavras não te satures, mesmo que mudes de palavras, que não pouses a caneta =)

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  2. Nada,
    Agora, lido nas tuas palavras, soa com todo o sentido. A idade não tem, necessariamente, de ser a culpada da forma inusitada como gerimos a saturação.
    Agradeço as palavras! :)
    Vou fazendo por mantê-la activa. Mesmo que jogue fora outro tanto.

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