2.12.14

Vistoso latejar.

Querer saber do raspão que é a história de um país, o percurso de um nome, a criatividade de um cartaz a preto e branco, tão bonito como se tivesse roubado um filtro da rede social, e que permanece, tão misterioso como sensacional. Tudo isto é querer saber de nós. Vale, por demais, a vida e os dias, se nos valermos do amor alheio e das horas vazias. Fazer beicinho, escutar fado, escolher azulejos e admirá-los em cada esquina, as alcofas que são as sacolas da ida ao mercado. As hortas que crescem com tempo. Velozes os testemunhos de quem abre a porta, escancarada, para contar vivências e desmedidas convivências. Avisam-nos os velhos, avisam-se os novos. Supostos ensinamentos. Adquirem a informação tão lentos. Cozem-se e assam-se as batatas-doces. Os verdes vão ao lume leve. A cortiça heroína de voltas ao redor do mundo. O mar que não tem defeito e oferece a água e o conduto. Agreste esquecimento devoluto. Tudo isto é sinceridade. Tudo isto é conversa de quem passeia o corpo pela cidade.

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