3.3.15

Desalentam-se os dias.

Os dias já não se esgotam da mesma forma e compasso. Alguma vez os príncipes haviam de ficar nos livros e os cavalos num bonito e verdejante pasto. Os puzzles já não se guardam em caixas perdidas, os carros ganham nomes de coisas, o inverno tem caprichos de petiz desavindo, os casacos de cabedal já vão ao jazz e o sushi é a linha da frente das opções gastronómicas do cosmopolita informado. Aquela cantora nacional que o mundo apelidava de pimba e, cujo tamanho do silicone, diziam ser inversamente proporcional ao talento das canções é, agora, a diva terrestre. E, felizmente, ficam as marionetas, que vivem felizes e contentes entre as linhas do domador e a alegria de quem as vê com vida. Gritaram por mim. Chamaram-me para a varanda do primeiro andar. Vem cá, anda ver. Sucumbi. Douta ignorância. Fotografei as nuvens. Ironia do sarcasmo, fotografei as nuvens no céu. Voltei a vergar. Postei no instante. Terminam, num remate sorridente – As coisas simples da vida são boas. – Ainda vão amolecer e deturpar as minhas teorias da origem.

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