16.5.16

O putativo lesado e a sua barba rija.

Vem de longe a vontade de chegar depressa. Num tom de vermelho e branco, sem preceito, tão a propósito. Vem de outras núpcias a gana de chegar além. Vem, numa espécie de barba rija, a guerreia de chegar ao ponto. Falo, enquanto o meu relógio de pulso humilha o tempo, na barba de alguém. Que rija, só a humildade. A minha, finalmente aparada quase como manda a lei da avó de outros tempos ou do avô que guarda o cheiro da colónia que assalta o rosto logo depois da navalha. Há quem insista em passar-me a mão pelo rosto e persista nesta revelação de emoção, de amor. Cedo-lhe sem pesar. Mesmo quando barafusta e pede o rosto lisinho. Se pouco ou nada importa o que está atrás, não perde relevo o que segue adiante. A primavera acordou. Assaltou-me sem aviso e deixou-me à mercê das suas vontades, numa alergia irregular e acidentada. Ontem, entre gritos e apitos, a festividade foi longe. Com a raça de quem corre por gosto. Com a fé de quem ameaça romper com a barba de larguíssimos anos. Temeu-se, a favor do campeão, perder-se a rija pilosidade facial de um homem cuja idade já não tem senão contabilidade. Contava-me hoje, entre o sol da manhã e a pressa do almoço, essa efeméride. Sem me conhecer, lembrou o sem fim de gente que ontem brincou e saltou. Acenei em jeito de aprovação. Vem de outro tempo a necessidade de guardar espaço para a vontade, para a gana e a guerra inócua. Mesmo que o resumo sejam parcas linhas que explanam acerca de um duplo tom. No fim, o melhor irrompe e deixa-se ficar. Permite a ocasião, sem desprimor para o intelecto, abusar dos hashtags. Isso e do português correcto.

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