Traz
os caracóis vincados, sobre a cabeça todos aconchegados. O cabelo curto ajuda à
composição. Diz que são naturais, fazem-se com a vontade da genética, do
crescimento. Não escapa, sequer, um branco. Todo escuro, enrolado, bastante
sossegado. Aí, o contraste total com o corpo, pequeno mas pejado de energia.
Magra o suficiente, avança. Não se deixa desmentir, dá a certeza de que tem
genica maior do que tantos homens que conhece ou juventude que vê crescer. Veste-se
conforme a confiança. Não me lembro de vê-la de vestido ou saia. Senão numa ou
noutra fotografia antiga. Tampouco com uns saltos altos. Agora é informal no
traje, e vem de longe a postura desbocada no trato. É eloquente e não dispensa
a gargalhada aberta. Magica autênticas instalações sociais. Coloca-as da boca
para fora, sem pensar um tanto de segundo. Emprega-as na vida de quem a rodeia.
Prefere a religião a outros serões. Sobre a temática, já tivemos sérias
discussões. Tão saudáveis quanto construtivas. Lá atrás, afoito, fui um nada rude
e assertivo demais. Senta-se de perna cruzada e conta estórias sem fim. Com
ela, perco-me em gargalhas sucessivas. Rimo-nos juntos. Tal como os
telefonemas, em tempos, tão longos. Não é falso lembrar as horas ao telemóvel.
Fala com tanta vontade que quase não dá sossego à tagarelice, descurando o que
havia de ser uma conversa a dois. Mas até isso lhe oferece graça. Fã assumida
de tecnologia, já lhe conheci um sem número de telemóveis, máquinas
fotográficas e outros gadgets. Uma
fase houve em que a prosa não era outra coisa que não repetida. Estava disposta
a mudar a alimentação. A favor do corpo mais leve e da saúde em pleno. Tirava
todas as dúvidas, lembrava sugestões. Lançou-se na prática de exercício físico
e até o corredor comprido de casa fora a sua sala de movimentar o corpo. O seu
nome rima com alegria. E de outro jeito não era expectável. É uma das minhas
tias. E uma mulher activa.
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