29.4.14

Português vivaz.

A janela de cortina a balançar, debaixo ou no enquadramento do que se seguirá adiante, é o ponto de partida, por dela soar pátria. O céu azul suave, quase imaculado, não fossem as ternurentas, embonecadas e salpicadas nuvens. Desmaiadas, é certo. Ainda assim, nuvens. O sol oferecendo brilho, luzindo pelos cantos vários. Os azulejos azuis e brancos. Tradição, característica, coração português. Calçada portuguesa, em tom sim, tom não. Num aparece e desaparece de figuras típicas. Avenida acima. As riscas na blusa, a saudade do azul e branco que lembra a maresia. A memória a funcionar, as lembranças a jorrar. A barbearia, no sentido oposto, de cadeira de comando. De espelhos gastos do tempo, como o couro. Só isso. O verde é sombra. A madeira é repouso. Calçados, os ténis que repetem a saudosa marca da adolescência. O sorriso faz parelha com a gargalhada. São proporcionais à dimensão do lugar que açambarca o todo deste quadro. As pernas cruzadas. As mãos sem sossegar. A máquina fotográfica pousada. Depois, terminei cortando o cabelo. E aparando a barba. Com óculos de ver.

2 comentários:

  1. tantas memórias envoltas nesse quadro tão simples e completo...

    Bonito.....até porque o que é nosso é BOM! e há tanto nosso desvalorizado..

    Beijinhosss

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  2. Nos Entas,
    É certo que sim. A minha mãe sempre disse que a simplicidade é tão ou mais complexa do que a exuberância. E tinha razão. Cada vez mais, lhe entendo as palavras.
    Portugal é especial. Por todas as razões :)
    Beijinhos.

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