A
vida, se não induzida pelo espicaçar de gostar de observar, não foge da rotina.
De fotografar o ambiente que tem raça. A fotografia que não vai de encontro com
a comodidade de viver naquele número, naquela porta e rua concretas. Desviar um
segundo da monotonia, conhecer o passeio de outras bandas. As costas quase nuas
daquele corpo sobem e descem a rua com o prazer de quem escolheu na noite
anterior. A farpela, o trajecto repetido, a ausência de vergonha, a vontade de ser
e permanecer como é. Não é rapariga de evitar, temendo que nunca resulte. Que
fuja do certo. Faz a cara da moda, mudou as pontas do cabelo longo. É discreta
na conversa. Não quer saber de vós. De nós, se mesmo visita, me juntar ao
camarote. Não chama a atenção para o relato da vida que nunca será igual, como
o trajecto que volta e repete. Do chão nasce o seu estilo que tem ginga. As
costas um tanto despidas daquele corpo descem e sobem a rua. Parece-me, do que
nos deixa ver, com a verdade e consolo de quem jamais se importa com os ruídos
das muitas vozes que se juntam à esquina. É, também disto, que se fazem os
lugares típicos. Tão castiços. O bairro ali tão perto. Não lhe conheço o nome. Todavia,
quem me acompanhava chamou-lhe Carmo.
Adorei. Gosto tanto de visitar estes bairros típicos, observar as pessoas, as ruas, as casas e os estendais.
ResponderEliminarIndie,
ResponderEliminarObrigado :)
Não dispenso, assim seja possível, esses passeios.
Os estendais! Como é que me escaparam? Os estendais são um verdadeiro e especial adorno. Fá-los, aos bairros, ainda mais cheios de graça e raça.