Ser
beto ou dondoca é uma definição gasta, mas persistente. De resto, como as
práticas tão típicas de um Portugal que insiste em vestir de gala as vergonhas
de um país desbaratado e desesperado. Aqueles casacos de fato, com um corte tão
desajustado do corpo, são negligentes escolhas. As calças seguem o caminho que
está guardado. As escolhas de quem não guarda na boca e na educação a obrigação
de escolher um bom fato. Uma segunda pele, ouvi algures e voltei a ouvir mais e
mais vezes. É um ensinamento de imagem, da imagem que faz uma pessoa. Arrisco
eu, que não deixo de compreender quem erra na escolha. Eu sei e percebo que não
conhecemos todos as mesmas verdades, porque na vida a verdade muda de feição
com a necessidade. A elegância de mão dada com a combinação do corte, tecido,
cor e os botões de punho. Os últimos, para esta medida, nada importam. Mas é
vê-las, às erradas escolhas, a fazerem-se passear sobre os corpos que não lhes
pertencem. Hoje, adultos formados e homens confirmados. Como se um fato medisse
a má rês de uma pessoa. Voltamos à universidade onde, a dada altura, os fatos
aparecem. Para alguns, pela primeira vez. Ou compram na loja que todos
conhecemos ou pedem emprestado ao familiar que o mantém minimamente em bom
estado com ajuda da naftalina. Paro, então, para me lembrar dos meus amigos que
seguiram direito. Poucos, para ser sincero. Uma escolha cómoda, lembro-me de
falarmos disso. Por estes dias, desses poucos, apenas um se manteve fiel. Os
outros fugiram da área. Usam, contudo, a formação para outras profissões. E,
passa tão rápido que nunca mais tiveram vontade de colocar um fato. Ressalvo
ocasiões formais. Na anarquia que rouba o ser para eleger o parecer, só veste a
pele quem quer.
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