Ó,
tempo, volta para trás. Por um instante, vale um cachimbo da verdade. Há tão
poucos. Motes há, imagine-se, que são tão inocentes. Tão banais na situação,
tão relevantes na emoção. Quando pegamos numa memória física, jamais,
reconhecemos o propósito de inventar a primeira intervenção. Não partimos daí.
Um perfeito quebra-cabeças. Lembro-me de uma máquina fotográfica antiga, das
que já ninguém se lembra, fala ou revela. Mostraram-ma numa cruel desvantagem.
Num tempo em que não conhecia, senão, a sozinha paixão pela fotografia. Pela
imagem, antes. Em pequeno rapaz, onde não era mais do que atracção. Onde não
prestei a devia atenção. No outro dia, uma Polaroid foi a entretenha da comunhão.
Enquanto esperávamos pelo resultado, falámos de uma Manhattan de outros tempos. De
uma década onde as fatiotas janotas eram predicado e condição. Onde saíam dos
lugares e dos transportes com casacos sem comparação. Perdia-se de vista toda a
razão. Estreavam todas as passagens na rua da moda. O pai e a mãe levavam as
crianças pela mão. Depois corriam para o parque de animações. Nessa altura,
outra Polaroid nas mãos, guardava os momentos partilhados. Devolviam os
olhares. Indutora paixão. Naquele serão, de novo, a memória na mão. Não conheço
quem não tenha. Não conheço, não.
Este ano vou viajar a cidade onde cai neve, branca e suja pelo rebuliço das ruas. Não levo uma Polaroid, mas levo a minha memória. E que bom que vai ser. :)
ResponderEliminarum beijinho para ti :)
Raquel,
ResponderEliminarVai ser, sem dúvida possível, soberbo e desassossegado. A última, pela melhor razão. Pelo menos, assim entendo. Leva as memórias, arranja-lhes novas companheiras. E trá-las para contar. Boa viagem!
Um beijo :)