25.5.16

Intricado destino.

Nas mãos temos o mundo e sequer pensamos. Evitamos o pensamento, que miséria tão grande. A distância do outro parece mentira e que ninguém avente desmentir. Na hora da conversação substituímos os lábios sapientes, quiçá atraentes, pelos dedos amestrados, quem sabe irritados. Letras garrafais acenaram, faz tempo, a questão do mundo enviesado. Hoje esperam-lhes parcas linhas num tamanho de letra ridículo. Talvez fotografias repetidas. Afoitos há, que se fazem ao caminho íngreme e despojado e atendem à inspiração. Guardar numa gaiola a exposição da natura, da liberdade. Invertem-se as definições. Entram as contradições. Somente, se a interpretação dos factos ficar pela rama. Homem ao mar, gritavam dantes. Bordo fora, pelas águas tomadas pelo terror do frio adentro. Hoje é razão de ajuntamentos que vociferam impropérios. Como qualquer acto de exprobração, resume-se à ignominiosa sensação. É gente de fraco espírito, por só dos deles querer salvação. Na mesa do café, com a segurança e a liberdade trazidas debaixo do braço, tudo é palavreado fácil e egoísmo na razão. Quem chega de lá e pisa chão, leva os braços ao coração. Pede ajuda e salvação. Que a morte fora certa e o destino tem ramo de ficção. Ide, ide. O adágio repete-se e não engana, a esperança é sempre a última a partir.

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