Nas
mãos temos o mundo e sequer pensamos. Evitamos o pensamento, que miséria tão
grande. A distância do outro parece mentira e que ninguém avente desmentir. Na
hora da conversação substituímos os lábios sapientes, quiçá atraentes, pelos
dedos amestrados, quem sabe irritados. Letras garrafais acenaram, faz tempo, a
questão do mundo enviesado. Hoje esperam-lhes parcas linhas num tamanho de
letra ridículo. Talvez fotografias repetidas. Afoitos há, que se fazem ao
caminho íngreme e despojado e atendem à inspiração. Guardar numa gaiola a
exposição da natura, da liberdade. Invertem-se as definições. Entram as
contradições. Somente, se a interpretação dos factos ficar pela rama. Homem ao
mar, gritavam dantes. Bordo fora, pelas águas tomadas pelo terror do frio
adentro. Hoje é razão de ajuntamentos que vociferam impropérios. Como qualquer
acto de exprobração, resume-se à ignominiosa sensação. É gente de fraco
espírito, por só dos deles querer salvação. Na mesa do café, com a segurança e
a liberdade trazidas debaixo do braço, tudo é palavreado fácil e egoísmo na
razão. Quem chega de lá e pisa chão, leva os braços ao coração. Pede ajuda e
salvação. Que a morte fora certa e o destino tem ramo de ficção. Ide, ide. O adágio
repete-se e não engana, a esperança é sempre a última a partir.
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