Estive
há instantes com um amigo, quase que o apelido de conhecido. Em tempos, um
amigo muito próximo, com direito às partilhas mais inusitadas. Do sexo a
experimentar às relações furtivas, da música boa e meio marginal ao jogo
dividido por uma rede, da burguesia que nos assentava à rivalidade campal. Mas
o espelho não engana, vamos avançando e perdendo pormenores. Porventura,
acumulando outros, tão dignos, ligeiramente diferentes. Foi o caso,
perdemo-nos, por força do trajecto individual e pela distância no geral.
Continua um tipo porreiro, pareceu-me. É no direito que se vem cumprindo. E no
braço uma tatuagem enorme. Atrevida, mas calma e de gosto feliz. Invejo, se me
perdoam o termo, as tatuagens bonitas que vou vendo por aí. Os tipos que não
perdem a pinta, pelo contrário, agarram-na com outra fé. As raparigas que não
desmaiam na hora de escolher e guardam no corpo o desenho certo. Invejo, ainda
mais, a bravura e a decisão. A minha, adiada sem hora, por um receio meio tosco
do arrependimento, quase injusto. No Instagram
uma amiga vai lançado a deixa, passeando o corpo definido, a roupa interior
que lhe eleva a confiança, as pernas torneadas, as mamas no sítio e a tatuagem
que caminha por grande parte da pele. Do ventre à anca, não perdendo as coxas
de vista. Ali, à minha frente, um amigo distante com a sorte de fazer o que bem
entende. Exibe-a nas horas vagas, guarda-a para si no momento do expediente. É
uma opção válida e sensata, que cumpre a razão e não belisca a moral. Vou
pensar, atrever-me a cogitar. Enquanto oiço uma cover que merece toda a atenção. Quão fascinante é quando a obra
foge-nos das mãos e vira arte na acção de alguém.
Olha, olha.
ResponderEliminarDesse assunto entendo muito bem... eu tenho algumas, e não são poucas.
Mas te dou um conselho, só faça quando tiver a certeza de que realmente quer. Do contrário, te trará somente arrependimento. ;)
Beijão!
Boas, Helena! :)
EliminarPrecisamente, por apressar esse eventual arrependimento, que vou adiando. A tatuagem está definida. Falta o resto.
:)
Perdoo-te o termo, porque também o conseguiria usar para expressar o que sinto quando vejo uma tatuagem interessante, abrilhantando o sítio certo de um corpo que a sabe exibir. Inveja.
ResponderEliminarJá há vários anos que quero fazer uma tatuagem. Ainda não desisti da ideia. Acredito que a irei fazer dentro de pouco tempo. Ainda não sei o que irá representar. Essa tarefa, entreguei-a a outra pessoa. E a graça está aí. Confiar no conhecimento que alguém tem de nós para desenhar o que irá marcar a nossa pele para o resto da vida.
Acho tão bonito.
Mam'Zelle,
EliminarSempre atenta! Eu, agradecido. :)
Eu também ambiciono fazê-la. Quando não sei. Talvez seja uma vontade que jamais terá resolução.
Bem, esse tratar-se-á de outro campeonato. Embora, perceba a dinâmica, até o entusiasmo que possa existir. Enfim, havendo confiança, tudo é mais limpo.
Tal e qual. É bonito!