9.12.14

A berma de um Portugal igual.

Na generalidade, que é por onde tudo vem, até ao ponto da individualidade. Há pudor, como quando subimos a rua e desviamos o olhar. É uma incerteza no contexto da mistura de vontades. Do receio de enfrentar verdades. Há pudor em cada esquina. Como quando descemos a rua e preferimos passar sem ver. Falávamos de sexo. Há pudor e uma sentença de geração. Às vezes é preferível assim. Como se escolher desculpar-se com palavras que embrulham velhas convicções, fosse a concretização. Quem cala suporta a inexistência. Não voltamos ao tema em cada conversa. É a proporção da necessidade. Alheia ou da interna trincheira. Mas elas assumem posição. Diz-se, ouve-se por aí, são elas as mais autênticas no discurso. Mais próximas da realidade. Eles enganam conforme a falta do que é imprescindível. Nisto, falar de sexo é a berma deste país. Aponta-se o dedo, passa-se sem olhar. No fim, todos, sem excepção, são aliciados. Da berma, riem-se para quem passa. Piscam o olho e ajeitam o decote generoso. Até lá voltar e gastar o que sobrou. Há sempre quem negue a verdade num tom majestoso, típico de quem não gostou.

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