13.1.15

Faz sol no meu país.

Ó, tempo, volta para trás. Por um instante, vale um cachimbo da verdade. Há tão poucos. Motes há, imagine-se, que são tão inocentes. Tão banais na situação, tão relevantes na emoção. Quando pegamos numa memória física, jamais, reconhecemos o propósito de inventar a primeira intervenção. Não partimos daí. Um perfeito quebra-cabeças. Lembro-me de uma máquina fotográfica antiga, das que já ninguém se lembra, fala ou revela. Mostraram-ma numa cruel desvantagem. Num tempo em que não conhecia, senão, a sozinha paixão pela fotografia. Pela imagem, antes. Em pequeno rapaz, onde não era mais do que atracção. Onde não prestei a devia atenção. No outro dia, uma Polaroid foi a entretenha da comunhão. Enquanto esperávamos pelo resultado, falámos de uma Manhattan de outros tempos. De uma década onde as fatiotas janotas eram predicado e condição. Onde saíam dos lugares e dos transportes com casacos sem comparação. Perdia-se de vista toda a razão. Estreavam todas as passagens na rua da moda. O pai e a mãe levavam as crianças pela mão. Depois corriam para o parque de animações. Nessa altura, outra Polaroid nas mãos, guardava os momentos partilhados. Devolviam os olhares. Indutora paixão. Naquele serão, de novo, a memória na mão. Não conheço quem não tenha. Não conheço, não.

2 comentários:

  1. Este ano vou viajar a cidade onde cai neve, branca e suja pelo rebuliço das ruas. Não levo uma Polaroid, mas levo a minha memória. E que bom que vai ser. :)

    um beijinho para ti :)

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  2. Raquel,
    Vai ser, sem dúvida possível, soberbo e desassossegado. A última, pela melhor razão. Pelo menos, assim entendo. Leva as memórias, arranja-lhes novas companheiras. E trá-las para contar. Boa viagem!

    Um beijo :)

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