7.5.15

Ficar por aqui, olhar e voltar.

Aquela rua é vertiginosa. Tem casas de um lado e outras tantas do lado oposto. Tem carros parados num sentido. Muitos e variados, para todos os gostos e carteiras. Não é larga, mas engana. Parece que tudo encaixa na perfeição. É uma rua onde quase não se vêem pessoas. No cimo da mesma, em que as vertigens são ameaçadas, a vista não tem explicação, sequer justificação. Sobrevivem as cores garridas, o azul lá ao fundo. Antes de a conhecer, parecia-me impossível que daquele lugar saíssem tantos tons e tão vivos. Estes são salpicados pelas pingas brancas. Roupa a bailar, o sol a bater. Debaixo do braço uma revista americana, emprestada por quem entende do assunto. Lá dentro, fotografias bonitas, artigos de actualidade, sugestões do que chamam ser moda e o resto do mundo que eu não entendo. Resume-se à básica questão, tão inocente, ou gosto ou não gosto. Muito daquilo que vi, pareceu-me bem. Gosto da palavra singela. E a moda também é isso. Numa estação afunilam-se as tendências e nesse caminho estreito colocam-se as cores possíveis. Num dia é fogo, noutro é água. Quase no final da rua, ainda a revista debaixo do braço, os mesmos carros ficaram para trás, as roupas no estendal. Mais próximo do rio, contudo, perdeu-se a vista maravilhosa. Toca o telemóvel e do outro lado dizem-me que já está, já terminou. Suspiro. Vou ter de subir.

2 comentários:

  1. Espero que tenha "corrido tudo bem"!
    Beijinhos :)

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    Respostas
    1. Nos Entas,
      Obrigado!
      Correu, felizmente. Inclusivamente, voltar ao ponto de partida, tendo, inevitavelmente, subido aquela rua íngreme. Tudo se consegue. Afinal, as faltas ao ginásio ainda não se fazem sentir de modo exaustivo ;)
      Beijinhos.
      Até já!

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