18.6.15

Sustento das emoções que se reinventam.

Cheguei da praia. Há coisa reduzida de tempo. A areia no lugar, o mar a ondular. Corpos ao sol, crianças a brincar. Lembrei-me de ti, dessa vontade quase insensata de adiar as férias. De voltar depois. Porque o corpo ganha hábitos, a mente perde-se no prazer que imagina. Faz sentido, não fossem as saudades enormes. À distância, mantemos a conversa, às vezes cara-a-cara, numa ironia profunda. Como se um vídeo oferecesse humanidade. Outras vezes, numa escrita desenvolta. Desta vez, optamos pela última. Escrevemos, escrevemos muito. E não há adágio que me salve. Que me demoro na prosa. Salvo raras excepções, demoro-me com os que me importam. Devolvem-me o mesmo. É assim. Por mais que nos canse, este intervalo entre dois pontos da geografia, é a única opção. Os amigos, homens e mulheres genuínos. Que abrevio caminho garantindo que, em pausa da modéstia, me dou com tipos bons. Gente boa. Esses amigos foram para lá, mas continuamos cá. Depois da prosa demorada, é que te perguntei por outras coisas. Primeiro o amor. Voltámos sempre ao mesmo. As emoções, as reacções físicas, a ambição de chegar ao outro. A faculdade de discernir que se perde. Questiona-se se o amor é paixão. Se a paixão é o amor a escovar os sentimentos. Vai à aventura. Talvez já saibas. Daqui a uns tempos, já saberás responder. Perguntar-te-ei antes que tudo se é amor.

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