5.9.16

Em tempo de calor.

A noite foi longa, quente como o verão de memória latente. Ouvi música contente, disposta e digna do ambiente. Encostei-me na cadeira da época, profunda obra de design, ouvi estórias e lembrei-me das ausências. Rodeado por alguns dos meus, uns recém-chegados à verdade da amizade. Tomei bebidas frescas, recusei a cigarrilha oferecida e não perdi a bonita vista. O calor acontece e favorece. A noite fez-se extensa, talhada como só o verão é capaz. Não fugi, antes pelo contrário, dos relatos entusiasmados. Nessa frenética prosa, eles foram os medalhados. Conhecem a distância como o sustento diário da relação. Ela é divertida, de sorriso rasgado e gesticula com bastante facilidade. Ele embarca na animação, tem jeito de intelectual, é sóbrio e fala com a razão. Lado a lado resultam num simpático quadro. Este ainda é um período de relações, como já havia pensado. Início, fim e recomeço. Paulatinamente, a convivência surge. Ameaçam ficar nesta moldura para sempre. Entre viagens felizes e quilómetros incontáveis. Não canto uma canção italiana, não porque não soe melhor, mas para não desdenhar o amor. Mas remeto-me ao silêncio quando o tema é o tempo e o sentimento. Logo este, à tua espera na primeira esquina ou na manhã seguinte.

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